terça-feira, 12 de maio de 2009

Ostras

apelo à seriedade,
que complete o espírito daqueles que,
pobres,
são apenas adornos de uma sociedade
lógica de carácter aristocrático

comunidade. liberta o acto de racionalizar
solta o ar gélido, fastio,
grande mundo pequeno
antíteses
palestras

orquestra das pupilas que vão nuas
com pele sedosa e mamilos secos
a apontar para o chão

sentir o álcool do vinho (tinto, !)
a flutuar nas veias intravenosas
terrenas de anestesias plenas
poros que transpiram a álcool vadio
a fantasmas invisíveis
que nos circundam as mãos fracas

colares de fabrico próprio
pastelaria.

o rato que roeu
a rolha do vinho morreu.

mente impregnada de fumos densos
irascíveis, belos artifícios de chaminés saudáveis

sem dúvida.
Deus capaz de nos salvar
da rede múltipla de realidades pecaminosas, cruas,
não, não quero salvamentos.
já disse que não, não insistam.

Metal pesado pesa nas costas
"Gordo on my mind"
lá vai ele, esguio, fininho,
meio amarelado pela avenida das mercearias
saltitando pela calçada.
Parece feliz o rapazito esguio e fininho,
Coitado.

Ostras, sexo, corpos nus enrolados em mortalhas finas
transparência de suores frios,
prazer, clímax,
Paraíso. Perfume.

Guitarras ruídas de inveja,
cortam as cordas da lucidez
e infectam os ouvidos de pus branco

Libella, Libella,
porque voas tu Libella?
Não, não digas isso,vai por mim e voa.

São precisos cinco jacarés alegres
Para me fazer rir. Good morning Peru.
Com alface e tomate fresco da mercearia

Ai, ai, ai e as pernas abrem-se,
convulsas e tortas,
provocando o coração que fraco
vai batendo, devagar, pelo chão
No ordinary love...

Sem comentários: