quinta-feira, 21 de maio de 2009

O lixo do vizinho

O ribeiro de lava preta provocou uma fuga de gás atrás do arbusto saliente e deu-se uma explosão (conta-se que foi ouvida nos quatro cantos do mundo...)
O fogo ardeu e queimou as raízes da Mãe. A água extinguiu-se ao longo do tempo, bem como outras espécies vivas. Desavergonhados aqueles que se aproveitaram delas, de ti e de mim. Gostava de voltar ao que era. Ao céu azul, ao sol quente, à erva fresca que limpa os recantos puros do subconsciente.

- Moras onde? - perguntou-lhe, atrevido.

- Em lado nenhum. O mundo é a minha casa - disse-lhe, rindo.

- Sozinho? Caramba!

- Não te iludas, parceiro.

- Porquê?

- Porquê?! Sei lá.

- Ouvi dizer que morreste...

- Acho que estou vivo.

- E continuas a comer o lixo dos teus vizinhos?

- Ora essa. Por quem me tomas...

- Sim?

- Sim.

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