O Texugo foi com a mulher à floresta encarnada procurar mantimentos para suportar o longo e penoso Inverno. Encontraram ervilhas, feijões verdes e sementes de girassol que deram para encher oito sacos de verga. Mas, sem darem por isso, o sol despedira-se ternamente dos vales, florestas e rios.
- Estou cansada e já anoiteceu. Por favor, deixa as ervilhas e vamos para casa - pediu a mulher do Texugo.
- Mas ainda não apanhámos o suficiente para dar ao velho Cucu. Vai para casa que eu continuo a trabalhar.
E assim foi. O sol deu lugar à lua, que deu lugar ao sol, que deu lugar à lua novamente. Dois dias passaram e o Texugo conseguiu recolher alimento suficiente para suportar o frio e dar ao Cucu que vive na árvore mais alta do bosque azul.
- Aqui tens as vinte sacas de ervilhas e sementes de girassol que prometi – gritou o Texugo.
- Demoraste muito tempo. Pensava que já não vinhas – disse o Cucu, arrogante.
- Eu nunca desisto. Sou persistente. Onde está a saliva de andorinha? A minha mulher está muito doente.
- Estou cansada e já anoiteceu. Por favor, deixa as ervilhas e vamos para casa - pediu a mulher do Texugo.
- Mas ainda não apanhámos o suficiente para dar ao velho Cucu. Vai para casa que eu continuo a trabalhar.
E assim foi. O sol deu lugar à lua, que deu lugar ao sol, que deu lugar à lua novamente. Dois dias passaram e o Texugo conseguiu recolher alimento suficiente para suportar o frio e dar ao Cucu que vive na árvore mais alta do bosque azul.
- Aqui tens as vinte sacas de ervilhas e sementes de girassol que prometi – gritou o Texugo.
- Demoraste muito tempo. Pensava que já não vinhas – disse o Cucu, arrogante.
- Eu nunca desisto. Sou persistente. Onde está a saliva de andorinha? A minha mulher está muito doente.
- És mesmo burro! Acreditaste mesmo que a saliva de andorinha cura todos os males? – falou o Cuco, largando uma enorme gargalhada que ecoou por toda a floresta.
Quando se apercebeu que tinha sido enganado pelo espertalhão do Cucu, o Texugo ficou bastante zangado e saiu da floresta a praguejar para os arvoredos.
- O Cucu vai-se arrepender do que fez – exclamou o Texugo ao entrar em casa.
- O que é que se passou? – disse a mulher com a voz limpa e segura.
- Estás melhor? Não acredito...
- Falei com o Peru que me receitou chá de erva preta e melhorei. Mas o que é que o velho Cucu aprontou desta vez?
- A história da saliva de andorinha...era mentira... Magano do Cucu.
No dia seguinte, o Texugo foi ter novamente com o Cucu.
- Ó Cucu? Estás por casa?
- Ora, ora, quem é ele... Pensei que estivesses chateado comigo. O que te traz por cá?
- Eu não sou de guardar rancor. Achei umas sementes deliciosas perto do rio. Queres provar?
- Hum... que interessante! – disse o Cucu pondo uma semente à boca - Sabe a pimento vermelho. Que delícia!
Passou-se um mês e o Texugo voltou à árvore mais alta do bosque e chamou pelo velho Cucu. Silêncio. Voltou a chamar mas nada, apenas silêncio. Quando se virou para retomar caminho, o Texugo assustou-se com a presença intimidatória do Cucu que gesticulava com as asas e picava encolerizado o tronco da sua árvore.
- Perdeste o pio, não foi? Pois é para aprenderes a não gozar com o sofrimento dos outros e a procurares o teu próprio alimento.
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