enfiou a malha borbotada
comprimindo o arrepio
mas o acto não abafou
o autêntico desafio.
pois o lábio entorpecido
paralisado e amortecido.
foi incapaz de envergonhar
aquele frio abrutecido.
o tempo não cessava
e a paciência da velha açulava
“mas que raio vem a ser isto?”
perguntou exaltada.
enfiou outra malha
de cor negra, desarranjada
mas a mão enregelada
correu o corpo, agitada.
“mas que merda vem a ser esta?”
gritou para o espelho, embaciado,
e o espelho nada fez
senão mostrar-se desinteressado.
eu que olho para a velha
aflige-me a sua dormência
basta a chaga amargurada
chega o estado de latência.
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