sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O relógio

O cheiro insuportável a naftalina
embrenha-se nos teus sentidos.
Reparas nas meias de lã
que te aquecem do frio que faz lá fora.

São 6:45. Estás sentada na cadeira de baloiço.
A tua preferida.
Inspiras. Expiras.
E continuas só. Giras à volta do passado.
Bilhete de ida sem volta.

Revoltas-te contra o relógio torto na parede da sala
que não pára. É a tirania do tempo contra ti.
Contra todos.

Impotente sorris. Mas a revolta surge do nada.
Esperas que o relógio pare...um dia.

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